Vitória 01 X 01 Icasa
Em meio a brigas e discussões que chegaram a envolver os treinadores, João Sales abriu o placar no primeiro tempo. Na segunda etapa, Neto Baiano descontou de pênalti e ainda provocou o adversário com dancinha na comemoração.
Com o resultado, além de mais uma súmula polêmica nos autos da Série B, o Vitória saiu com um ponto a mais na competição, mas estagnado na sexta colocação. Já o Icasa desceu uma posição e parou em 15º lugar. O Rubro-negro baiano volta a campo na próxima sexta-feira para enfrentar o Guarani, no Brinco de Ouro. O Verdão do Cariri recebe no Romeirão a Ponte Preta.
Vitória e Icasa dentro de campo, pela 21ª rodada da Série B. Time
cearense lutando para se afastar da zona de rebaixamento e equipe baiana
querendo aproveitar a boa fase para entrar no G-4.
Objetivos definidos, estádio cheio. Ao fim dos noventa minutos, chuva de cartões amarelos, duas expulsões, dois gols e muita confusão no jogo que terminou em empate no Barradão. A palavra "confronto" nunca foi tão bem utilizada para servir como sinônimo de "partida de futebol".
Objetivos definidos, estádio cheio. Ao fim dos noventa minutos, chuva de cartões amarelos, duas expulsões, dois gols e muita confusão no jogo que terminou em empate no Barradão. A palavra "confronto" nunca foi tão bem utilizada para servir como sinônimo de "partida de futebol".
Primeiro tempo: futebol sem brilho e cabeça quente
Se o futebol sem brilho visto no Barradão não tirou o fôlego da torcida na arquibancada, a emoção rolou solta dentro de campo. O primeiro tempo da partida não foi referência de técnica, mas deu o que falar. Prova disso é que o Icasa abriu o placar aos 14 minutos com um chute sem jeito de João Sales. A sorte do atacante é que o goleiro Fernando teve menos “jeito” ainda para tentar a defesa.
A esta altura o clima já estava tenso dentro de campo. Neto Baiano e Marcelo Pitol já haviam se desentendido duas vezes. Por volta dos 27 minutos, o atacante do Vitória se envolveu em um novo bate-boca que rendeu cartões amarelos e até discussão entre os técnicos. No meio de campo, Neto se chocou com Guto, que protestou, e Uelliton já chegou empurrando. A confusão entre os jogadores se generalizou. Para acalmar os ânimos, o árbitro advertiu Uelliton e Guto com amarelo. No entanto, na beira do campo, Vagner Benazzi e Márcio Bittencourt perdiam as estribeiras e trocavam xingamentos.
O primeiro tempo seguiu sem maiores sobressaltos, mas com braços e pernas altas demais em divididas de bola, em um reflexo da tensão que permeava a partida. O Vitória ainda tentou driblar os nervos à flor da pele, mas não conseguiu balançar as redes.
Aos 29, Neto Baiano não chegou a tempo de pegar um ótimo cruzamento de Fernandinho e a bola passou com perigo em frente ao gol de Marcelo Pitol. E Uelliton poderia ter apagado a mancha do cartão amarelo se o goleiro não tivesse defendido, no cantinho, a bela bicicleta do volante rubro-negro. Aos 40, de longe, João Sales ameaçou fazer o segundo do Icasa, mas Fernando salvou para se redimir da falha que originou o primeiro tento.
Segunda etapa: pressão do Vitória e... cabeça quente
No segundo tempo, o Vitória voltou a campo disposto a correr atrás do tempo perdido. Pressionando o adversário, o Leão teve a seu favor a entrada de Geraldo, que, em dupla com Neto Baiano, começou a criar oportunidades de empate. O Icasa perdeu duas boas chances logo no começo da segunda etapa e, em seguida, voltou ao esquema da cabeça quente visto na primeira parte do confronto.
Se a confusão da primeira etapa não havia sido suficiente, Guto fez um esforço e foi expulso na segunda. Depois de derrubar Alison no meio de campo, o meia do Icasa levou o segundo amarelo e foi para o chuveiro mais cedo. Logo depois, seguindo a regra do nervosismo dentro de campo, o goleiro Marcelo Pitol também deixou sua marca. Cercado pelos companheiros, o arqueiro reclamou com o auxiliar sobre uma possível falta do zagueiro Alison e se jogou no chão quando o assistente tocou o dedo em seu rosto. Pela simulação de agressão, amarelo para Pitol.
Apesar dos sobressaltos, o Vitória tentava a todo custo igualar o placar. Com a vantagem de ter um a mais em campo, Vagner Benazzi não teve medo de partir para cima: Geraldo no lugar de Lucio Flavio, Geovanni substituindo Neto Coruja e Fábio Santos na vaga de Alison. O Leão assustava e não saía do campo de ataque. Mas a sorte não ajudava...
Neto Baiano tentou, mas errou o chute. Geovanni, mesmo mancando, mandou o dele, mas a bola provocou e foi para fora. Nino bateu para o gol, e a pelota repetiu a trajetória do chute de Geovanni. Era pressão rubro-negra, acompanhada de ansiedade na finalização.
Se o gol não vinha na técnica, o jeito era fazer de pênalti. Aos 39, Janilson e Luís Ricardo fizeram um sanduíche de Fábio Santos na área. Neto Baiano converteu e comemorou com direito a dancinha esquisita no gramado.
Ânimos exaltados? Era só o que se via. Na arquibancada, a torcida dava um espetáculo. No gramado, Janilson não suportou a pressão e partiu para cima do árbitro. O meia perdeu a cabeça e ameaçou agredir o juiz. Resultado? Segundo amarelo e Icasa com dois e menos.
No finalzinho, Marquinhos ainda tentou fazer o segundo do Vitória. Mas Marcelo Pitol estava motivado pelas confusões da partida e fechou a meta do Verdão do Cariri.
Após o apito final, a polícia militar escoltou o árbitro Flávio Feijó de Omena, junto com os auxiliares. Mas, entre os jogadores, não havia policiais que segurassem a tensão. Mesmo sem bola rolando, os atletas das duas equipes voltaram a protagonizar cenas de violência, provocação e xingamentos sem constrangimento diante das câmeras de televisão.