O presidente do Corinthians, Andres Sanchez, e o representante do São Paulo, Francisco Mansur, foram ao Senado nesta quarta-feira para tentar tirar a dúvida de muitos torcedores: como será a transmissão de um jogo entre clubes que fecharam contratos com emissoras diferentes. A resposta, no entanto, mostra que a discussão ainda vai se arrastar até 2012.
Para o presidente do Corinthians, que saiu do Clube dos 13 para fechar com a Rede Globo, os clubes deveriam fazer acordos. Andres Sanchez, contudo, é o primeiro admitir que isso pode não acontecer.
"O ideal era fazer acordo para transmissão de um jogo. Mas pelo andar da carruagem isso não vai acontecer", disse o presidente do Corinthians.
Os clubes brasileiros travam há meses uma disputa bilionária pela transmissão de jogos do Brasileirão, de 2012 a 2015. Alem do Corinthians, que saiu do Clube dos 13, outros 13 times já acertaram seus contratos individualmente com a Globo.
O São Paulo ainda não se pronunciou oficialmente sobre qual lado irá ficar. Se da Globo ou da RedeTV!, única emissora que apresentou uma proposta na licitação feita pelo Clube dos 13 no último 11 de março.
"Se não for fechado o acordo, o clube terá o direito de vetar a transmissão em outra emissora", disse Mansur.
Para Mansur, nem o critério do mandante do jogo escolher a transmissão poderá ser aplicado. "Muitas vezes não é o mandante que agrega mais valor à partida", afirmou.
Aos senadores da Comissão de Educação e Esporte, Sanchez admitiu que pesou, além do dinheiro, uma disputa política. "Desde 2007 a gente reclama muitas coisas do Clube dos 13, sobretudo na parte da trabalhista. Não vou ser hipócrita, tem um pouco de política sim porque o Clube dos 13 rachou", afirmou.
Por outro lado, o representante do São Paulo saiu em defesa da entidade. "O futebol é coletivo e a decisão sobre a transmissão tem que ser coletiva", disse Mansur.
AUSENTES
Esvaziado, o encontro no Senado deveria contar com membros de outros quatro times. Porém, enquanto os presidentes de Grêmio (Paulo Odone) e Bahia (Marcelo Guimarães Filho) avisaram que não poderiam ir, a do Flamengo (Patrícia Amorim) não respondeu e o vice do Coritiba (Vilson de Andrade) cancelou de última hora.
Para a segunda parte das audiências públicas, duas semanas depois, em Brasília, já confirmaram presença o mandatário da CBF, Ricardo Teixeira, o do Clube dos 13, Fábio Koff, o e do Cade, Fernando Furlan. Também são esperados integrantes das três emissoras envolvidas no caso: Globo, Record e RedeTV!.