Clubes irritados com Final do 1º Turno no Carnaval

Com a decisão do 1º turno marcada para o sábado de Carnaval, os clubes já se movimentam para mudar a data

Uma final é sempre promessa de casa cheia e festa para as torcidas. Mas, a decisão do 1º turno do Campeonato Cearense 2011 ameaça fugir ao prognóstico por um deslize da tabela. O jogo está marcado para o dia 5 de março, sábado de Carnaval.


De cara, dois problemas são avistados. A tradicional festividade em todo País sempre movimenta o povo, que desloca-se ao interior ou outros Estados, portanto, haveria uma redução drástica no público para o jogo.


Segundo: como o policiamento estará deslocado para a segurança durante os eventos carnavalescos em Fortaleza e em todo Estado, a segurança para tudo que envolve a partida estaria comprometida.

Os dirigentes dos principais clubes do Estado, Paulo Arthur, presidente do Fortaleza e Robinson de Castro, vice-presidente do Ceará, já procuram alternativas à Federação Cearense de Futebol (FCF), caso os dois clubes cheguem à decisão.


Mudanças


Paulo Arthur declarou que conversará com a Federação Cearense de Futebol sobre a mudança de data. "Como estamos pensando ainda jogo a jogo, não havíamos parado para analisar a tabela. Mas Uma vez que se desenhe esse quadro e o Fortaleza chegue à decisão, faremos tudo para evitar jogar nessa data. Uma final envolve tudo, inclusive segurança. Vou conversar com o Mauro Carmélio, que deve se sensibilizar e procurar a melhor alternativa".


Já Robinson de Castro, vice presidente alvinegro, já expôs uma alternativa para a Federação. "O Ceará já havia previsto um problema de jogar nessa data. Mas caso nós vençamos o Cuiabá por dois gols de diferença no jogo de ida da Copa do Brasil, não será necessário jogo de volta na quarta-feira, dia 2. Se ocorrer, propomos à FCF, caso o Ceará chegue à decisão, antecipar o jogo para quinta-feira, 3. Sabemos que o Mauro Carmélio é solicito e que já há por parte dele a flexibilidade em viabilizar uma mudança", pondera o diretor alvinegro.


Torcidas
Os torcedores de Ceará e Fortaleza também ficaram na bronca com a data da decisão. O alvinegro Afonso Cordeiro, também propõe uma mudança de data. "Se o Ceará chegar à decisão e for nessa data eu não irei ao jogo. No sábado é ruim para todos, seja policiamento e torcida. E se for Clássico-Rei? Aí que fica inviável. O ideal seria adiar para a quarta-feira de cinzas".


Já o tricolor João Guilherme afirma que a data é inoportuna. "O público será afetado. A FCF deveria ser mais flexível, uma vez que ela priva o torcedor de assistir seu time no estádio. Para mim a data não é um problema pois devo ficar em Fortaleza durante o Carnaval, mas muitos torcedores viajam", adverte.


JOGO DE RISCO
FCF garante final na data; PM ainda não


O presidente da FCF, Mauro Carmélio, garantiu que o adiamento da partida está descartado. "Não quero correr o risco de acontecer na minha gestão o que houve em 2004, com adiamento de jogos e sem datas. Ocorreu aquela vergonha de não haver decisão do campeonato e o título indo para a Justiça".


Carmélio lembrou que a data é resultado da fórmula aprovada pelos clubes. "A data não é das melhores, mas temos que encaixar os jogos onde pudermos. A FCF propôs uma fórmula enxuta, de 23 datas, mas os clubes, exceto Ceará e Maranguape, queriam 28 datas, com finais e semifinais. Com isso, adequei as 28 datas em 23 possíveis e apertou o calendário".


Indagado sobre a possibilidade de antecipar a partida, como propôs o Ceará em caso de ganhar uma data da Copa do Brasil, Carmélio deu o sinal verde. "Não trabalho com suposições. Mas, caso o clube elimine o Cuiabá (logo no primeiro jogo), é viável negociar".


Caso a data da partida seja mantida, o presidente da FCF garantiu que há segurança. "Já agendamos uma reunião com o comandante geral da PM para discutir o efetivo".


Porém, mesmo ainda sem poder expor uma posição oficial, o major George Benício, comandante da Companhia de Policiamento de Eventos acredita que especialmente um Clássico-Rei se tornaria "inviável" na data prevista para a final do turno, por conta da falta de efetivo.